Endereço

Rua Frei Caneca, 1212 - 1º Andar - Conjunto 15
Consolação - SP - CEP: 01307-002

Telefone

(13) 99637-4229

Retorno Garantido

Por trás do burburinho dos grandes negócios, a educação continuada também vive momentos de intensas transformações. Nos últimos cinco anos, em particular, o setor tem sido impulsionado pela preocupação do executivo brasileiro e das empresas com o aprimoramento profissional e pelos fortes investimentos realizados pelas instituições de ensino para atender uma demanda crescente. Não há numeros oficiais que dimensionem esse filão, mas instituições de ensino estimam um crescimento anual do setor na faixa de 20%. 

A globalização chegou de fato à educação continuada no Brasil, evidenciou carencias, tem pautado mudanças e este é um caminho sem volta. Do lado do profissional, a cada cinco ou seis anos é o prazo ideal para investir num novo curso - independentemente da área em que atua. Agenda apertada e excesso de responsabilidades não podem mais ser desculpas para adiar esse projeto. O alerta é do consultor Bernardo Entschev, presidente da De Bernt Entschev Human Capital. Tanto faz se o curso é de curta ou longa duração, presencial ou a distância, focado em área comportamental ou técnica. Para o consultor, é obrigação conciliar estudo e trabalho e voltar aos bancos da escola.

"O que percebemos é que o executivo se torna mais atraente para uma empresa quando esta percebe que o estudo continua. O kit básico é a graduação ou MBA e domínio do idioma inglês", afirma Entschev. Por outro lado, num processo de seleção, os executivos também querem saber o que a empresa oferece em termos de aprimoramento profissional. 

Internacionalização é requisito fundamental. A crescente exposição do profissional brasileiro no cenário internacional, sinalizou deficiências e tanto executivos como empresas mostram-se dispostas a sanar isso, acredita James Wright, professor e coordenador do MBA Executivo Internacional da FIA-USP. "O executivo brasileiro tem muita  sensibilidade multicultural, mas falta conhecimento. Tem flexibilidade e criatividade, mas falta organizar isso para ser mais eficiente", diz. 

Para Marcelo Seracini, presidente da Associação Brasileira de Instituições de Pós-Graduações (ABIPG), o setor permanecerá, pelos próximos cinco anos, ainda bastante aquecido por causa da internacionalização. Paises da Europa e Estados Unidos deixaram de ser os únicos destinos dos módulos internacionais, que passaram a incluir também China, Japão, Índia e Rússia.  A Fundação Dom Cabral (FDC), por exemplo, já está na segunda edição do programa BRICs on BRICs, com parceria de quatro escolas de negócios - Brasil, Rússia, Índia e China. Esse programa tem atraído a atenção de estrangeiros pelo país, segundo Antônio Batista, diretor do mercado da FDC. 

O Ibmec, com mais de 35 convênios internacionais, incluiu Índia, Ásia e Oceania para cursos abertos e customizados para empresas por conta da tendência do mercado internacional e demanda interna. Os módulos internacionais  duram geralmente uma semana, período ideal para não tirar o executivo  de sua base por muito tempo e para não onerar demais o custo com deslocamento, explica José Luiz Trinta, diretor de negócios da instituição. 

A ESPM levará neste ano professores e gestores para a Índia e já mira na Rússia, depois de visitar a China por duas vezes, segundo o professor Tatsuo Iwata, pró-reitor de pós-graduação lato sensu, extensão e educação executiva.

A demanda por conhecimento de outros mercados é tão grande que a ESPM criou uma diretoria  de internacionalização para aproveitar todas as oportunidades de interação tanto para alunos da graduação como a da pós.

A FIA, além desses países, já inseriu Dubai na rota de visitas e estuda a inclusão da África, que na avaliação de Wright, tem potencial para se transformar num forte concorrente do Brasil em áreas específicas durante a próxima década.

A FGV é outra das grandes instituições de olho no exterior. Stavros Xanthopoylos, vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da FGv, diz que a Instituição já desenhou cursos  para empresas que precisavam conhecer desde centros de pesquisa e inovação na Inglaterra como visitar na China. "Temos estrutura para oferecer o que for preciso."

No sentido inverso,  o suíço IMD (Internacional Institute for Management Development), já parceiro de instituições brasileiras, decidiu abrir um escritório local em março deste ano, no Rio de Janeiro, depois de ter contratado pela primeira vez um brasileiro para seu quadro de professores, em 2012.

A revolução na educação continuada quebrou paradigmas de formato e duração. Os temas de interesse variam conforme a idade e a tragetória profissional dos executivos. Para Entschev, os mais jovens buscam experiência por meio de conhecimento  mais técnico, embora o ideal fosse a conciliação com temas mais conportamentais. Os mais experientes dão prioridade de curso que possibiitem alcançar cargos na alta gestão.

Luis Carlos Affonso, vice-presidente de operações na aviação comercial da Embraer, empresa que tem a internacionalização no sangue, graduou-se no ITA em engenharia aeronáutica, ingressou na Embraer como trainee, e nunca deixou de investir em cursos para o aprimoramento profissional. 

Cursou o MBA Executivo Internacional da Fia, posteriormente o Corporate Strategy do Massachusetts Institute of Technology (MT) e o Management of Managers (Univerisidade de Michigan), entre outros, sempre com o apoio da companhia.

"Tinha uma formação muito técnica e quando a Embraer foi privatizada senti que presivava ampliar conhecimento nas áreas de marketing, estratégia coorporativa, liderança, finanças e gestão  de RH para acompanhar a evolução da empresa."

Para Affonso, todo o investimento na educação continuada valeu a pena. Aos 53 anos de idade, ele pensa  em fazer ainda outros cursos. Embora não faltm compromissos na agenda - foi convidado para dar algumas aulas na FIA -, o executivo não descarta cursos presenciais. "Cursos a distância têm seu valor, mas nada substitui o presencial para o networking", afirma. 

Apesar de a área comportamental  ser forte, a técnica também está aquecida. Gelza de Moura Barboza ocupa o posto de capitão-de-fragata e trabalha na diretoria de sistemas de armas da Marinha. Cursa o doutorado no Centro técnico Científico da PUC-Rio (CTC) em engenharia elétrica com área de concentração em eletromagnetismo aplicada. "A marinha passa por fase de renovação de navios e equipamentos e é necessário que haja pessoal capacitado para receber a transferência de tecnologia", diz. 

 Para José Eugênio Leal, coordenador setorial  de pós-graduação do CTC PUC-Rio, antigamente, a cada melhora da economia, o aluno largava o estudo para aproveitar a onda e voltar ao mercado de trabalho. A preocupação hoje é conciliar tudo", afirma. Comparados aos 835 alunos matriculados no mestrado e doutorado em 2001, a instituição conta hoje com pouco mais de 1.200. 

Alunos que vem de fora 

No sentido inverso dos brasileiros, muitos profissionais estrangeiros tem procurado realizar no Brasil crusos de pós-graduação e especialização, atraídos pelo crescimento econômico, destaque no BRICs e oportunidade profissional por causa da crise nos países da Europa e Estados Unidos. Todas as principais escolas de negócios do país tem registrado esse movimento, que transformou o Brasil em um dos grandes players na área da ecucação continuada. a acolhida amigável ao visitante estrangeiro é um ponto importante. 

Sean Quinlivan, vice-presidente da Morgan Stanley, escolheu cursar um MBA aqui, depois de pesar vários motivos. O Brasil é uma das dez economias de crescimento mais rápido do mundo e a maior da América Latina. Além disso, o investimento feito num curso dessa categoria aqui foi bem menor que o valor que seria necessário para realizar um programa de MBA Executivo em qualquer uma das dez escolas consideradas top nos Estados Unidos. 

Participou do OneMBA da FGV neste ano e voltou para Nova York,  de onde aguarda a liberação de seu visto de trabalho para retornar definitivamente ao Brasil em julho. "Minha experiência educacional no Brasil valeu a pena". 

O executivo está animado com a mudança e a possibilidade de viver num país considerado um potencial líder econômico mundial. "Viver no Brasil durante a realização da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016, será uma excelente oportunidade de participar de um momento histórico", diz Quinlivan. 

Onze anos atrás, foi a vez de Gonçalo PImentel deixar Portugal rumo ao Brasil com o objetivo de fortalecer a operação local  do ISQ. Graduado em engenharia metalúrgica pela Universidade do Porto, Pimentel já tinha no currículo um curso de gestão feito em seu país, mas considerou importante realizar aqui um novo curso voltado a desenvolver  competências e habilidades. 

A intenção do executivo era fazer um curso que lhe desse a oportunidade de capacitação profissional para superar a dificuldade de trabalhar num país desconhecido. De quebra, poderia ter melhor visão do funcionamento do mundo dos negócios no Brasil, conhecer as boas práticas do mercado e criar um networking importante. 

A opção de Pimentel foi cursar o STC Executivo, ministrado pela Fundação Dom Cabral, com módulo internacional na Kellogg School of Management. "A experiência veio no momento certo, atingi meus objetivos e complementei o que acreditava ser importante para minha carreira", afirma o diretor geral do ISQ Brasil. Quando iniciou sua gestão no ISQ, a equipe era formada  por cinco pessoas. Atualmente, o time local tem pouco mais de 200. (MB) 

Fonte: Jornal Valor Econômico  

Linkhttps://valor.globo.com/carreira/ensino-executivo/noticia/2013/06/14/retorno-garantido.ghtml  


Data da notícia: 14/06/2013


Voltar

Você está procurando especialistas em Pós Graduação?