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No Rumo Certo

Se há 30 anos concluir uma graduação já era considerado suficiente para garantir uma boa colocação no mercado de trabalho, hoje há uma tendência de investir cada vez mais na formação continuada, um processo que pode durar toda a vida. Esse movimento ganha impulso por conta do crescente numero de pós-graduações disponíveis no mercado, mas também está associado a uma mudança de visão das empresas, que passaram a valorizar a contratação de profissionais com mais especialização, incluindo mestres e doutores, assim como pessoas capazes de trazer inovação e empreendedorismo para dentro das organizações.

Antes de escolher o curso de pós-graduação mais adequado ao seu perfil, no entanto, o profissional deve analisar as características de cada um deles, tendo em conta as diferenças que separam os cursos stricto sensu daqueles que são lato sensu. De acordo com Mônica de Carvalho Magalhães, professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e vice-presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) para a região Centro-Oeste, a pós-graduação lato sensu, como a expressão em latim indica, é a denominação dada aos cursos “em geral” oferecidos após a graduação e que são conhecidos, também, por especializações. “Esses cursos atendem a demandas diversificadas, geralmente são voltados a um tema específico e podem ser de oferecimento temporário”, detalha a docente. Os cursos de MBA também são definidos como latu sensu.

MODALIDADES
Em geral, esses cursos tem carga horária de 360 horas e são focados em um tema específico, que atende a demandas mais imediatas dos diferentes campos de trabalho. “Os cursos lato sensu são indicados para profissionais que pretendem aprimorar-se em um aspecto de seu campo de trabalho e, dentro de cada campo, há uma diversidade grande de opções”, explica Mônica. Segundo ela, as instituições não são obrigadas a atuar com esses cursos de forma contínua, de maneira que podem adequar sua oferta às variáveis do mercado e às demandas mais imediatas.

Já os cursos stricto sensu são só que fazem parte da estrutura dos programas de pós-graduação das universidades, ou seja, os mestrados e doutorados. Eles tendem a durar de dois a quatro anos (respectivamente mestrado e doutorado) e têm como um de seus objetivos principais a formação de pesquisadores. São indicados a profissionais que pretendem seguir carreira acadêmica ou que encontram incentivos em seu espaço de trabalho à formação contínua e ao desenvolvimento de pesquisas. “Um título de mestre ou doutor é sempre valorizado. Principalmente em empresas preocupadas com inovação”, opina Mônica. Além disso, ela conta que no campo da educação há várias redes de ensino, sejam municipais, estaduais ou mesmo privadas, que têm valorizado a titulação de seu corpo docente por meio de incentivos salariais e bolsas de estudo.

OBJETIVOS DIVERSOS
No Brasil, o mercado de trabalho ainda está pouco aberto para quem opta por um mestrado ou doutorado. O pró-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Francisco Ramos, avalia que muitas companhias brasileiras não contam com departamentos de pesquisa desenvolvidos e estruturados - como já ocorre em corporações dos Estados Unidos, Europa e Japão – de forma que, na maioria dos casos. Esses pesquisadores costumam ser empregados por centros de ensino e pesquisa.

Na opinião de Ricardo Paiva, diretor de educação continuada, pesquisa e extensão da Anima Educacional, as formações stricto sensu encontram mais espaço dentro do trabalho desenvolvido em instituições educacionais. “Mestrados e doutorados acadêmicos são adequados às pessoas que desejam gerar conhecimento e querem desenvolver seu senso crítico e capacidade de reflexão, enquanto as formações lato sensu são orientadas a quem deseja melhorar a formação para o mercado de trabalho”, pontua.

No entanto, para Luis Antonio Vilalta, diretor de pós-graduação lato sensu das Faculdades Alfa, sediadas em Goiânia, os dois tipos de formação podem incentivar a evolução do espírito crítico dos indivíduos. “Todos os cursos de pós-graduação devem possibilitar esse movimento de aprendizagem, crítica e criação de novos saberes, formando pessoas com capacidade de estabelecer sua própria síntese de conhecimentos”, defende.

Na opinião de Edgar Jacobs, diretor técnico da Associação Brasileira das Instituições de Pós-Graduação (Abipg), antes de escolher qual pós-graduação cursar o aluno deve considerar as credenciais que adquire após obter cada diploma. “Se o estudante deseja um status de pesquisador ou estudioso, deve optar pelos cursos stricto sensu. No entanto, se busca um reconhecimento em relação à sua experiência de mercado, o ideal é escolher um MBA ou o mestrado profissional”, compara. Jacobs aconselha os estudantes interessados em cursar MBA que fiquem atentos a respeito dos diferenciais. “Se o curso não facilitar experiências mínimas com questões internacionais e não oferecer contato com executivos ligados diretamente ao mercado de trabalho não pode ser considerado um MBA, sendo somente uma especialização”, alerta.

OFERTA ESPECIALIZADA
Seguindo a linha do MBS, o diretor da Abipg, menciona outro tipo de especialização que ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro e é voltado à área jurídica. Chamado de Masters of Laws (LL.M), o curso pode ser feito em diversas áreas do direito. “Se a pessoas escolhe fazer um LL.M na área tributária, se tornará expert em tributação internacional”, detalha.

O vice-presidente da Abipg, Flávio Vellini, lembra, ainda, que as formações stricto sensu são regulamentadas e avaliadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior), órgão do Ministério da Educação (MEC) que se dedica à expansão e à consolidação dos cursos de mestrado e doutorado no Brasil. No entanto, para os cursos lato sensus ele considera que há uma legislação confusa, já que nem todos os diplomas são reconhecidos pelo MEC. O órgão estipula que as especializações só podem ser ministradas por algumas instituições de ensino superior credenciadas, sendo que elas devem ser diretamente responsáveis por todos os aspectos relativos ao curso – projeto pedagógico, corpo docente, metodologia etc. “Com isso, especializações oferecidas por estabelecimentos renomados como os hospitais Albert Einstein ou Sírio-Libanês não são reconhecidas pelo governo, critica Vellini.

De acordo com ele, as especializações médicas como as citadas precisam ser regulamentadas pelos conselhos regionais de medicina e associações de classe. Com isso, apesar de terem o reconhecimento do mercado, não apresentam validade oficial, o que pode dificultar o trabalho dos interessados em ter seu diploma reconhecido no exterior. Vellini opina que os hospitais e centros odontológicos devem lutar para que seus cursos sejam regulamentados e reconhecidos pelo MEC como formadores de especialistas. Além disso, esse reconhecimento deveria valer, também, para o caso de engenheiros que desejam se especializar em plataformas de petróleo, por exemplo. “Nenhuma faculdade do Brasil oferece esse tipo de formação, que só pode ser adquirida quando o profissional trabalha diretamente nas plataformas”, diz.

Com a finalidade de resolver esse impasse, Vellini conta que o MEC estuda a criação de um marco regulatório para a pós-graduação lato sensu no país, de forma que os diplomas possam ser dados, também, por instituições do mercado, centros de pesquisa e escolas do governo – e não somente por faculdades.

Fonte: Revista Pós-Graduação & MBA - nº19


Data da notícia: 09/01/2015


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