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Educação Continuada

A globalização chegou de fato à Educação Continuada no Brasil, evidenciou carências, tem pautado mudanças, e este é um caminho sem volta. Do lado do profissional, a cada cinco ou seis anos é o prazo ideal para investir num novo curso – independentemente da área em que atua. Agenda apertada e excesso de responsabilidade não podem mais ser desculpas para adiar esse projeto. O alerta é do consultor Bernardo Entschev, presidente da De Bernt Entschev Human Capital. Tanto faz se o curso é de curta ou longa duração, presencial ou a distância, focado em área comportamental ou técnica. Para o consultor, é obrigação conciliar estudo e trabalho e voltar ao bancos da escola!

“O que percebemos é que o executivo se torna mais atraente para uma empresa quando esta percebe que o estudo continua. O kit básico é a graduação, uma pós-graduação ou MBA e o domínio do idioma inglês“, afirma Entschev. Por outro lado, em um processo de seleção, os executivos também querem saber o que a empresa oferece em termos de aprimoramento profissional.

Internacionalização é outro requisito fundamental. A crescente exposição do profissional brasileiro no cenário internacional sinalizou deficiências e tanto executivos como empresas mostram-se dispostos a sanar isso, acredita James Wright, professor e coordenador do MBA Executivo Internacional da FIA-USP. “O executivo brasileiro tem muita sensibilidade multicultural, mas faltaconhecimento. Tem flexibilidade e criatividade, mas falta organizar issopara ser mais eficiente”, diz.

Para Marcelo Saraceni, presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pós-Graduação (ABIPG), o setor permanecerá, pelos próximos cinco anos, ainda bastante aquecido por causa da internacionalização. Países da Europa e Estados Unidos deixaram de ser os únicos destinos dos módulos internacionais, que passaram a incluir também China, Japão, Índia e Rússia. A Fundação Dom Cabral (FDC), por exemplo, já está na segunda edição do programa BRICs on BRICs, com parceria de quatro escolas de negócios – Brasil, Rússia, Índia e China. Esse programa tem atraído a atenção de estrangeiros pelo país, segundo Antônio Batista, diretor de mercado da FDC.

O Ibmec, com mais de 35 convênios internacionais, incluiu Índia, Ásia e Oceania para cursos abertos e customizados para empresas por conta da tendência do mercado internacional e demanda interna. Os módulos internacionais duram geralmente uma semana, período ideal para não tirar o executivo de sua base por muito tempo e para não onerar demais o custo com deslocamento, explica José Luiz Trinta, diretor de negócios da instituição.

A ESPM levará neste ano professores e gestores para a Índia e já mira a Rússia, depois de visitar a China por duas vezes, segundo o professor Tatsuo Iwata, pró-reitor de pós-graduação latu sensu, extensão e educação executiva.

A demanda por conhecimento de outros mercados é tão grande que a ESPM criou uma diretoria de internacionalização para aproveitar todas as oportunidades de interação tanto para alunos da graduação como da pós.

A FIA, além desses países, já inseriu Dubai na rota de visitas e estuda a inclusão da África, que, na avaliação de Wright, tem potencial para se transformar num forte concorrente do Brasil em áreas específicas durante a próxima década.

A FGV é outra das grandes instituições de olho no exterior. Stavros Xanthopoylos, vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da FGV, diz que a instituição já desenhou cursos para empresas que precisavam conhecer desde centros de pesquisa e inovação na Inglaterra como visitar a China. “Temos estrutura para oferecer o que for preciso.”

No sentido inverso, o suíço IMD (International Institute for Management Development), já parceiro de instituições brasileiras, decidiu abrir um escritório local em março deste ano, no Rio de Janeiro, depois de ter contratado pela primeira vez um brasileiro para seu quadro de professores, em 2012.

A revolução na educação continuada quebrou paradigmas de formato e duração. Os temas de interesse variam conforme a idade e a trajetória profissional dos executivos. Para Entschev, os mais jovens buscam experiência por meio de conhecimento mais técnico, embora o ideal fosse a conciliação com temas mais comportamentais. Os mais experientes dão prioridade cursos que possibilitem alcançar cargos na alta gestão.

Luis Carlos Affonso, vice-presidente de operações na aviação comercial da Embraer, empresa que tem a internacionalização no sangue, graduou-se no ITA em engenharia aeronáutica, ingressou na Embraer como trainee, e nunca deixou de investir em cursos para o aprimoramento profissional. Cursou o MBA Executivo Internacional da FIA, posteriormente o Corporate Strategy do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Management of Managers (Universidade de Michigan), entre outros, sempre com o apoio da companhia.

“Tinha uma formação muito técnica e quando a Embraer foi privatizada senti que precisava ampliar conhecimento nas áreas de marketing, estratégia corporativa, liderança, finanças e gestão de RH para acompanhar a evolução da empresa.”

Para Affonso, todo o investimento na educação continuada valeu a pena. Aos 53 anos de idade, ele pensa em fazer ainda outros cursos. Embora não faltem compromissos na agenda – foi convidado para dar algumas aulas na FIA -, o executivo não descarta cursos presenciais. “Cursos a distância têm seu valor, mas nada substitui o presencial para o networking”, afirma.

Apesar de a área comportamental ser forte, a técnica também está aquecida. Gelza de Moura Barbosa ocupa o posto de capitão-de-fragata e trabalha na diretoria de sistemas de armas da Marinha. Cursa o doutorado no Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC) em engenharia elétrica com área de concentração em eletromagnetismo aplicada. “A Marinha passa por fase de renovação de navios e equipamentos e é necessário que haja pessoal capacitado para receber a transferência de tecnologia”, diz.

Para José Eugenio Leal, coordenador setorial de pós-graduação do CTC PUC-Rio, antigamente, a cada melhora da economia, o aluno largava o estudo para aproveitar a onda e voltar ao mercado de trabalho. A preocupação hoje é conciliar tudo”, afirma. Comparados aos 835 alunos matriculados no mestrado e doutorado em 2001, a instituição conta hoje com pouco mais de 1.200.

Rosangela Capozoli (Valor, 14/06/13) informa que, na carona da grande procura por Cursos de Especializaçãoinstituições de crédito estão ampliando linhas direcionadas a jovens profissionais que já concluíram a graduação e querem ir além. As ofertas no mercado ainda são limitadas quando se compara com o financiamento para cursos de graduação, mas já há linhas de crédito voltadas exclusivamente para mestrado, doutorado, MBA e mesmo aprendizado técnico.

As regras e as condições são as mesmas válidas para o crédito universitário de graduação, porém com prazos de pagamento adequados ao perfil dessa faixa de cliente, geralmente profissionais já com independência financeira. O crédito educativo permite que o estudante financie suas mensalidades em prazos geralmente duas vezes mais extensos que a duração de seu curso. E com taxa de juros inferiores a 2% ao mês.

O crédito universitário – voltado para graduação, pós e especialização – tornou-se a principal ferramenta de inclusão à educação superior no país, oferecendo condições especiais de financiamento“, diz Rafael Baddini, diretor de marketing da Ideal Invest, empresa gestora da Crédito Pravaler, considerado o maior programa privado de crédito universitário do país. “A Pravaler já repassou mais de R$ 300 milhões às instituições de ensino e os recursos aprovados somam R$ 1 bilhão”, afirma.

Fundada em 2001 já com os olhos voltados para a educação, a Ideal Invest passou, em 2006, a fornecer financiamento direto para o aluno. Hoje, o crédito universitário é o carro chefe da empresa. “Desde que foi fundada, a Pravaler já fechou parceria com 300 instituições de ensino de nível superior em todo o país”, diz Baddini. Na prática – ele explica -, estudantes de 23 Estados e do Distrito Federal podem optar por um dos 13 mil cursos disponíveis nessas 300 instituições e contar com acesso ao crédito universitário. O mercado vem crescendo tanto que a Ideal Invest fechou parceria com o Banco Itaú Unibanco na Pravaler. Isso significa que as duas instituições passam a gerir o educativo.

De acordo com a financeira, mais de 35 mil alunos já se beneficiaram do programa, só em graduação. Os empréstimos para pós-graduação começaram há três anos e já financiaram cursos para cerca de mil alunos. Pelos cálculos de Baddini, “é esperado que o crescimento na pós-graduação seja mais lento que na graduação, porque o público já trabalha e tem condições de arcar com o curso de especialização”.

Segundo dados da Pravaler, os alunos de pós que buscam financiamento têm entre 26 e 28 anos, são profissionais que já atuam no mercado e querem se especializar na área de negócios, em geral. A maior procura em pós-graduação concentra-se nos cursos de engenharia, medicina, administração de empresas e em faculdades como Metodista, Mackenzie e Anhembi Morumbi.

Os prazos de pagamento são, no mínimo, o dobro da duração do curso, alguns chegando a duas vezes e meia. Os financiamentos maiores são, em geral, para cursos de mestrado e doutorado, que têm valores mais altos e duração maior. Os juros oferecidas pelo programa variam de zero a 1,99% ao mês. Algumas faculdades subsidiam esses juros.

Desde janeiro de 2006, o Banco Santander oferece a linha Crédito Educação Continuada, específica para financiamento de cursos de MBAs nacionais, pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado em instituições de ensino superior conveniadas. Para ter acesso ao produto, o aluno deve ser correntista, apresentar renda comprovada e compatível ao valor do financiamento, ter crédito aprovado e apresentar o comprovante de matrícula. O produto é oferecido às universidades conveniadas ao Santander. Ao todo são mil universidades conveniadas em cinco países sendo mais de 400 parceiras só no Brasil.

“Há um movimento crescente de procura. Quem mais consome esse tipo de crédito são ex-alunos de graduação que veem a possibilidade de fazer um curso de um ano ou 18 meses e financiá-lo por até 36 meses com uma taxa 1,95% ao mês”, resume Daniel Mitrand, superintendente de gestão de alunos, jovem profissional e professores do Santander/Universidade.

O financiamento cobre até 100% do valor do curso, com um mínimo de R$ 1.000,00, e o aluno tem até 90 dias para pagar a primeira parcela. O financiamento é feito em nome do estudante, mas se não possuir renda comprovada, um fiador ficará responsável pela operação. A instituição de ensino tem de ser conveniada ao banco. “No Brasil, mais de 60% dos alunos trabalham, muitos estão à procura de uma melhora no emprego e o caminho que enxergam para isso é uma especialização mais profunda na vida acadêmica”, diz Mitrand. Como muitos não ganham o suficiente para bancar uma pós-graduação de qualidade, “essa linha de crédito veio para atendê-los”. No Santander, esses clientes têm em média 25 anos e a procura maior é por cursos de administração ou especialização em administração. Na avaliação do banco, a linha Crédito Educação Continuada vem ampliando a procura por cursos complementares, incentivando a pós-graduação no país.

O Bradesco é outra instituição que oferece linha de crédito voltada para educação complementar. Segundo o banco, os produtos CDC MBA e Pós-Graduação são direcionados a quem pretende “continuar seus estudos e se aperfeiçoar na carreira”. A linha financia até 70% do valor do curso, com limite de financiamento de R$ 40 mil, e oferece até 48 meses para pagamento com débito automático em conta corrente. A taxa de juros varia de 1,74% a 1,84% ao mês, ou 23% a 24,46% ao ano, dependendo dos meses de pagamento.

O banco também oferece o Crédito Universitário Bradesco, disponível para as universidades conveniadas com a instituição. A linha, que pode ser negociada para escolas fora do convênio, é apresentada como “uma solução para quitar o semestre em 12 vezes”. Da mesma forma, a C aixa Econômica Federal possui linha especial para quem terminou graduação e deseja fazer uma pós, uma especialização ou MBA. O valor é limitado ao preço do curso, com teto de R$ 30 mil, e parcelamento em até 36 meses.

No mercado de crédito educacional, as linhas que crescem com mais fôlego são aquelas voltadas aos cursos universitários de graduação. Segundo dados da Ideal Invest/Pravaler, entre 15% e 20% dos alunos matriculados na graduação privada, em todo país têm algum tipo de financiamento. Nos Estados Unidos, esse índice oscila entre 70% e 80%. “Nos próximos cinco anos, no Brasil, deve chegar a cerca de 40%”, diz Baddini.

As instituições privadas detêm ainda uma parcela pequena desse bolo, já que a principal fatia está dividida entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Fonte: Cidadania & Cultura

Linkhttps://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2014/05/22/educacao-continuada/


Data da notícia: 22/05/2014


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