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Nº de alunos de especialização sobe 74% em 3 anos

Como muitos profissionais, a advogada Darcylene Gomes viu seu campo de trabalho passar por transformações significativas nos últimos anos. Além das demandas tradicionais do universo jurídico, ela se viu cada vez mais requisitada a atuar na administração de empresas.

No início, contava com a ajuda de colegas que dominavam o tema. Mas, rapidamente, percebeu que o melhor era estar apta: no ano passado, inscreveu-se em uma especialização em Direito Empresarial no Ibmec. “Agora, tenho mais segurança para lidar com questões ligadas a operações societárias por exemplo, que representam boa parte da carteira do escritório”, conta a advogada.

A matrícula de Darcylene está computada entre as 1,18 milhões registradas em cursos de especialização no Brasil em 2019. O número equivale a três vezes o montante de matriculados em programas de mestrado e doutorado no mesmo período. O s dados compõem a pesquisa Cursos de Especialização Lato sensu no Brasil, realizada pelo Instituto Semesp, entidade que reúne mantenedoras de instituições de ensino superior.

O estudo também apontou um crescimento expressivo da procura por cursos de especialização e MBA no País entre 2016 e 2019: as matrículas para essas modalidades de lato sensu cresceram 74%. Em comparação, os cursos de mestrado e doutorado viram suas turmas crescerem em 18% e 9%, respectivamente. Para experts no assunto, a principal razão para o aumento da procura por cursos de especialização é garantir empregabilidade em tempos de crise econômica: seja fugindo da demissão, seja conquistando uma vaga.

“Por um lado, as pessoas percebem a necessidade de reciclagem e atualização para se manter no emprego, principalmente naquelas áreas que utilizam mais tecnologia e se desenvolvem com mais rapidez, como a de Saúde”, pondera Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. “Por outro lado, é comum o desempregado usar a rescisão para cursar uma especialização e melhorar as chances de recolocação profissional”.

Salário Maior

Além de aumenta a chance de trabalho, quem tem um curso de especialização também ganha consideravelmente mais do que aqueles que possuem apenas o diploma da graduação.

O levantamento do Semesp mostrou que o rendimento médio mensal de que cursa o lato sensu está em R$ 4,6 mil. O valor é 150% maior do que a média de rendimento de quem está na graduação, em torno de R$ 1,8 mil, e apenas 16,4% menor em relação a quem concluiu o mestrado, de aproximadamente R$ 5,5 mil. “Se observarmos o funil de escolaridade no Brasil, quem chega ao latu senso já faz parte de uma minoria bem considerável no mercado de trabalho. Tem poder de barganha e negociação maior”, completa Capelato.

Isso ocorre porque as organizações enxergam nesses profissionais um potencial além do tema em que eles se especializaram.  “Há uma percepção no meio corporativo de que um colaborador com formação latu sensu auxilia não apenas a área para a qual se atualiza, mas também beneficia o negócio como um todo”, afirma Maria Eduarda Silveira, gerente de recrutamento do escritório de recrutamento e seleção Robert Half. “As especializações fazem com que os profissionais possam tanto ter uma visão focada e técnica, como ampla, de negócios”, explica.

Flexibilidade

O crescimento do lato sensu a uma velocidade bem maior do que o acréscimo de matriculados no stricto também segue a logica da empregabilidade: o cardápio de cursos e as grades curriculares das especializações são mais flexíveis e voltadas às necessidades mais urgente do mercado de trabalho.

Um perfil que ficou mais acentuado com a permissão para que as instituições que não sejam de Educação também possam ofertar a modalidade. “Atualmente, com a liberação do governo para que instituições relacionadas ao mercado ofereçam cursos, a agilidade do aprendizado tornou-se muito maior. Por vezes, essas instituições têm mais mecanismos para oferecer uma capacitação mais rápida do que uma grande universidade”, explica Marcela Saraceni, presidente da Associação Brasileira de Instituições de Pós-Graduação (ABIPG).

Esses fatores foram determinantes para que a advogada Darcylene escolhesse uma especialização, em vez do mestrado. “Achei uma opção mais prática, uma forma mais ágil de adquirir conhecimento. Além disso, me sobra tempo para estudar outras coisas, como um idioma. Um curso de mestrado ou doutorado exige uma dedicação que não me permitiria essa flexibilidade”.   

Nesse ponto, no entanto, também é necessário pontuar as diferenças entre os objetivos de cada tipo de curso. Os latu sensu já são concebidos com vistas a um resultado mais rápido e direto de mercado. Já os programas de stricto sensu têm vista à pesquisa científica, cujos resultados orientam a atuação do mercado, mas em um prazo mais estendido.

Por isso, a estagnação na procura pelos stricto sensu, exposta na pesquisa do Semesp, é ruim  não apenas para o meio acadêmico, como também para a economia do País. “Cursos de mestrado e doutorado são importantes mecanismos de impulsionar o mercado. Eles motivam as pesquisas e a inovação”, diz Saraceni. (Alex Gomes)

Fonte: Estado de São Paulo

Link:  https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,numero-de-alunos-de-especializacao-sobe-74-em-3-anos,70003175278


Data da notícia: 28/01/2020


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